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Abada-Capoeira DC Brazilian Arts Center |
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Homenagem a Angola (Paginê) Menino que vende aí? (Ladainha tradicional) Jangadeiro (Corrido de Angola) Peleja do rio com o mar (Perninha) A faca que matou Besouro ( Boa Voz) O que eu sou na capoeira (Macaco Preto) Tanto que eu peço a Deus (Boa Voz) Pout-pouri (tradicional) Homenagem a Mestre Waldemar O Mestre fala O mestre fala Boa Voz Fala
Menino que vende aí? (Ladainha tradicional)
Menino que vende aí Vendo arroz do Maranhão Na cova de Salomão Sou discípulo que aprendo Sou Mestre que dou lição O Mestre que me ensinou Tá no engenho da Conceição Quem me batizou as pernas Quem me curou de doença A ele devo dinheiro, saúde e obrigação O segredo de São Cosme Só quem sabe é Damião Com a força de Sansão E oração de São Matheus Quando fico meio zangado Quem pode comigo é Deus Iê viva meu Deus
Jangadeiro (Corrido de Angola)
Jangadeiro tá longe do barco Marinheiro tá longe do mar Sinto a falta do meu berimbau Sem capoeira não posso ficar
Jangadeiro tá longe do barco Marinheiro tá longe do mar Sinto a falta do meu berimbau Sem capoeira não posso ficar
Jangadeiro tá longe do mar Tabaréu tá longe do sertão Sentindo saudade, querendo voltar
Jogador longe dos fundamentos Como pode querer melhorar
Cantador longe do sentimento Não faz o corpo arrepiar
Berimbau anda lhe procurando A capoeira mandou-lhe chamar
A vida tá longe da morte E a qualquer momento pode encontrar
Ô jangadeiro Tá longe do barco
O marinheiro Tá longe do mar
Angola me chamou (Boa Voz)
Angola me chamou Eu vim aqui Angola
Angola me chamou Eu vim aqui Angola
É coisa de mãe e filho Você não me viu crescer Dá licença tô chegando Eu vim pra te conhecer
De pequeno já sentia Que um dia vinha pra cá Contemplar tua beleza Terra dos meus ancestrais
Outro dia ouvi dizer De onde venho ainda tem mais Negro pelo mundo a fora Mostra que é capaz
Um dia quando me for Canto de dentro pra fora Parte do meu coração Vai ficar dentro de Angola
Morrer de tristeza (Boa Voz)
Se é pra me matar de tristeza Não vá longe, por favor É só me tirar a capoeira E eu vou morrer, sim senhor!
Se é pra me matar de tristeza Não vá longe, por favor É só me tirar a capoeira E eu vou morrer, sim senhor!
Pra onde eu vou pra ouvir bom berimbau? Pra onde eu vou pra ouvir bom tocador? Pra ver menino jogando com negro velho? Escutar chula lamento de cantador?
Que a amizade se faz de um dia pro outro Vira família, fortalece o coração Onde a saudade bate na porte, ligeira E a voz do peito fala mais do que a razão
É onde eu ouço os conselhos do meu Mestre Pra caminhar nesse mundo enganador Quebrar correntes e viver na liberdade Curar mazelas que ninguém nunca curou
A cada dia renovar conhecimentos Rapaz e moço, criança e ancião Na mulher sábia que edifica a sua casa A capoeira é essa imensidão
Um dia eu me afastei um pouco dela Voltei depressa, pois senti falta demais Cuidou de mim e logo me trouxe a calma A capoeira me traz alegria e paz
A capoeira é um presente de Deus Pra comparar é como o sopro de vida Por isso eu disse, e se alguém não entendeu Sem a capoeira eu não consigo viver
Cura Eu Maria (Da Ilha)
Cura eu Maria, Cura eu Maria Nada comigo dá certo Cura eu Maria
Cura eu Maria, Cura eu Maria Nada comigo dá certo Cura eu Maria
Vai pro mato, arranca planta Vai pro rio, tira água Junta as forças desta terra Faz oração mãe Maria
Posso até lhe confessar Não carrego patuá São plantas da natureza Você pode me curar
Vai pra aquele teu cantinho Onde tu faz oração Dá comida pra sereia Como diz a tradição
Vamos juntos em cativeiro Posso até te acompanhar Só me fala no momento Onde não posso ficar
Estou feliz e agradeço a Deus do céu Maria já me curou E também meu berimbau Que sempre me consolou
Peleja do rio com o mar (Perninha)
Essa peleja vem de muito tempo atrás Essa peleja vem de muito tempo atrás Quando o rio e o mar já não se entendiam Me chamam rio ou riacho Corredeira ou riachão A mim chamam oceano De mar ou imensidão Eu sou maior e mais forte Tenho muito mais poder Não se engane, pois com a chuva Sou eu que faço você Meus peixes são mais bonitos Os meus tem melhor sabor Eu mato a sede do mundo Eu tenho o maior predador Já nem sei porque brigamos Por que tanta discussão Temos a mesma origem Quase a mesma função Brigamos sem ter motivo Como Angola e Regional Pois é tudo capoeira Quando toca o berimbau Brigamos sem ter motivo Como Angola e Regional Pois é tudo capoeira Quando toca o berimbau Camarada ê viva meu Deus
Família Abadá (Pretinho)
Hoje eu tava pensando em casa E lembrei da história de vovó Que dizia que o filho que tem família Pois nessa vida, ele nunca fica só
Hoje eu tava pensando em casa E lembrei da história de vovó Que dizia que o filho que tem família Pois nessa vida, ele nunca fica só
Só se for caminhando O coração não deixa se esquecer Do pai e da mãe que te abençoa Pra nessa vida, um dia você vencer
O Mestre serve pra te dar conselho Puxar a orelha quando estiver errado Ele diz que é melhor andar sozinho Por muitas vezes, do que mal acompanhado
E você, que está aí pelo mundo A capoeira por você vai sempre olhar Siga treinando e, por favor, não se esqueça Você faz parte da família Abadá
Vá com Deus e siga o seu caminho O mundo inteiro você tem que viajar Mas não se esqueça do que agora vou te dizer Que a melhor viagem é na hora de voltar
Gratidão (Macaco Preto)
Meu Mestre me ensinou A jogar Capoeira O segredo da ginga A levantar da rasteira
Meu Mestre me ensinou A jogar Capoeira O segredo da ginga A levantar da rasteira
Tem capoeira que ele ensinou Me falando dia após dia Ela se tornou minha vida Essa vida, minha filosofia
Que o segredo da ginga Está na primeira lição Um pé na frente, outro atrás Nos previne da traição
Que a rasteira é normal Na roda e também na vida O importante é saber levantar E andar com a cabeça erguida
Eu sou grato ao meu Mestre Agradeço com meu coração Tudo o que ele ensinou Não tem dinheiro que pague É só mesmo muita gratidão
E hoje pelo mundo Vou levando seu ensinamento Que o ouro e a prata não compram Eu sei o que sou E o ideal que carrego aqui dentro
Com fé em Deus (Mobília)
Com fé em Deus Eu vou caminhar Eu caminharei Com fé em Deus
Com fé em Deus Eu vou caminhar Eu caminharei Com fé em Deus
Se minha estrela brilha Ninguém pode apagar O que Deus me deu Só ele pode tirar
Berimbau é meu amigo Comigo sempre estará Na alegria e na tristeza Sempre vai me acompanhar
Não carrego mentiras E nem crio falsidade Quem quiser me conhecer Conte sempre com a verdade
É com muita fé em Deus Que saro minhas feridas E é com a capoeira Que é meu sonho e minha vida
O que vem,volta (Raio)
Cantava uma ladainha Cantava uma ladainha, ô Iaiá No fundo do meu quintal quando veio uma coruja O Iaiá, quando veio uma coruja Pousou no meu berimbau Disseram que era mandinga, ô Iaiá Que era coisa mandada Coruja é bicho da noite E ave da madrugada Mas como bom mandingueiro Ô Iaiá, não temo feitiçaria Tenho raízes plantadas Lá nas terras da Bahia Angola e Moçambique Ô Iaiá, Guiné, na Costa do Marfim Não basta qualquer feitiço Pra derrubar o velhinho Tirei-a do berimbau, ô Iaiá Botei dentro da gaiola Cantei outra ladainha, ô Iaiá Soltei-a, mandei embora A coruja foi cantar, ha, ha! Onde um ex-amigo mora Camaradinho, viva meu Deus!
A faca que matou Besouro ( Boa Voz)
Aticum é, Aticum é, Aticum é, A faca que matou Besouro
Aticum é, Aticum é, Aticum é, A faca que matou Besouro
Uns chamam de mané véio Que é pau de fazer canoa Eu só sei que pra Besouro Não prestou pra coisa boa
Capoeira mandingueiro Besouro era danado Pra brigar não tinha hora Com polícia ou com soldado
Sempre defendo o fraco Combatendo a covardia Mas pra morrer colega véio Besouro teve seu dia
Deus o ponha em bom lugar Manoel Henrique Pereira Com ticum ou sem ticum É lenda na capoeira
Não mande maltratar (Caxias)
Não mande maltratar Não mande maltratar O negro custou dinheiro E ordem de sinhá
Não mande maltratar Não mande maltratar O negro custou dinheiro E ordem de sinhá
Na vida manda quem pode Obedece quem tem juízo Se ocê mata esse negro Sinhá vai ter prejuízo
Se ele te atocaiô Suncê ando descuidado Aqui suncê caça ele Mas no mato tô é caçado
Criado nos sete ventos Parido na liberdade Cuidado com esse negro Que ele não é covarde
A cabeçada é coisa Rasteira é queda braba Mas é ordem de sinhá Por isso não faça nada
O que eu sou na capoeira (Macaco Preto)
O que é que eu sou na capoeira? O que é que eu sou na capoeira? No meio da mata O que é que eu sou na capoeira?
O que é que eu sou na capoeira? O que é que eu sou na capoeira? No meio da mata O que é que eu sou na capoeira?
Sou bote de cascavel Sou o voo do morcego Eu já fui dança da zebra Sou camaleão, mudo de cor
Sou o pulo do macaco Sou o galo de esporão Pulo do gato do mato Ferroada de escorpião
Sou raiz de baraúna Sou tronco de bananeira Folha seca de biriba Mato ralo capoeira
Sou o reluzir de ouro Sou rubi, sou ametista Brilho como o diamante Me chamo capoeirista
Zum zum de Besouro (Boa Voz)
Zum zum zum Zum zum zum Morreu Besouro protegido de Ogum
Zum zum zum Zum zum zum Morreu Besouro protegido de Ogum
Besouro quando morreu Foi cercado de mistério Muitos falam tanta coisa Mas o caso é bem mais sério
Logo que foi atingido Foi posto numa canoa Levado á Maracangalha É quando a mandinga falha
No plantão do hospital Contam que chegou o ferido Quem trouxe chegou dizendo Que o caso tava perdido
Manoel quero saber Se você tá preparado Pra noticia que lhe dou Precisa ser operado
"Me diga cabra danado" "Vósmicê tá de acordo?" O tempo lá vai passando Besouro Cordão de Ouro
Ele perguntou ao doutor "Se aticum furou primeiro" "Se o senhor bulir comigo" "Volto a ser o Besouro inteiro"
O doutor olha pra ele Mas permanece calado Besouro então entende Seu destino tá traçado
"Pois então me deixe or embora Porque um cabra de verdade Não deixa seus inimigos Lhe encontrarem pela metade"
E assim falando Besouro Fez as suas orações Quebrou pra São Caetano Não tem recurso não
Dendê (Estalo)
Aê bota dendê que eu quero ver Bota dendê que eu quero ver Você botar Dendê Aê aê
Aê bota dendê que eu quero ver Bota dendê que eu quero ver Você botar Dendê
Bota dendê no seu jeito de jogar Bota dendê nessa roda Bota dendê no toque do Berimbau Aê aê
O Berimbau tá tocando venha ver Olha o balanço do negro Esse moço tem dendê Aê aê
Seu balanço tem o jeito que disfarça a malandragem Isso é dendê Arte da capoeiragem Aê aê
Seu canto que faz meu corpo arrepiar Que não tem explicação O Berimbau bem tocado Mexe com o meu coração Aê aê
Tanto que eu peço a Deus (Boa Voz)
É tanto que peço a Deus É tanto que Deus me dá É tão pouco que eu mereço Mas nada me faltará
É tanto que peço a Deus É tanto que Deus me dá É tão pouco que eu mereço Mas nada me faltará
Pedi a ele a palavra Ele me deu o cantar Também pedi poesia Ele me deixou remar
Pedi a ele saúde E forças pra trabalhar Deus me deu a capoeira E um berimbau pra tocar
Pedi a ele um bom mestre Pra me ensinar o dia a dia Deus me deu Mestre Camisa Com sua sabedoria
Peço pelo ar que respiro Pelo sol que me ilumina Me tira da noite escura Com as estrelas que brilham
Peço pelos meus amigos Deus me deu até demais Peço pelos inimigos Que ele lhes dê muita paz
Tem coisas que eu nem pedi Mas ele me viu sonhar Andei pelo mundo afora Tenho estórias pra contar
Peço pra livrar da morte A todo capoeirista E que Abada-Capoeira Seja primeira da lista
Semeia Vento (Perninha)
Quem semeia vento Colhe tempestade Semeia vento Colhe tempestade
Quem semeia vento Colhe tempestade Semeia vento Colhe tempestade
Nunca vi plantar banana e daí nascer maçã A plantação de hoje E a colheita de amanhã
Quem semeia vento Colhe tempestade
Plantou mentira Só vai colher falsidade
Se fato ou verdade Discutir não adianta Na capoeira Cada um colhe o que planta
Plantou no campo Não vai colher na cidade
Semeou discórdia Não vai vir mais amizade
E quando a semente Que você plantou crescer Boa ou ruim É você quem vai colher
Semeia vento Colhe tempestade
Quem planta o bem Nunca vai colher maldade
Galo Valente (Perninha)
Tem galo valente Que é brabo em casa Quando sai do galinheiro Baixa crista e fecha asa
Tem galo valente Que é brabo em casa Quando sai do galinheiro Baixa crista e fecha asa
O galo brabo Tu que é falso valente Quando sai do galinheiro Manda a galinha na frente
O galo brabo Tu que é falso valente É brabo em casa Mas na rua é diferente
O galo brabo Tu que é falso valente Deixa de valentia Que não engana mais a gente
O galo brabo Tu que é valso valente Pra defender o galinheiro Manda a galinha na frente
O galo brabo Tu que é falso valente Fica de bico fechado Fingindo que tá doente
O galo brabo Tu que é falso valente Falso valente Tu que é falso valente
O galo brabo Tu que é falso valente Não me chama de irmão Porque eu não sou teu parente
Pout-pouri (tradicional)
Homenagem a Mestre Waldemar
O Mestre fala
-------------------------- Siri de mangue (Boa Voz)
Iê! Mas abre os olhos Siri de mangue Abre os olhos, siri de mangue Tudo tempo quem num é um A maré de março, Oh meu bem É maré de Guaiamum Entre grandes e pequenos, Hoje num me escapa um Siri tá se vendo doido, Oh meu bem Nas presas de Guaiamum
O mestre fala
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Boa Voz Fala
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