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Abada-Capoeira DC Brazilian Arts Center |
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CD - Abadá-capoeira - Musicas de capoeria vol 4 No navio negreiro (Brucutu e Magôo) Eu queria morar na Bahia (Amâncio) Me leva pra Bahia (Duende)Lição de capoeira (Mestre Camisa e Esquilo) A roda vai começar (Brucutu)Planalto Central (Juazeiro)
No navio negreiro (Brucutu e Magôo)
No navio negreiro No tempo da escravidão Seguia sem rumo o negro Sem rumo o seu coração No canavial Negro era o carro forte Entre a vida e a morte Negro era a solidão Hoje negro é vida Negro é luz é um talento Mas é que em certos momentos Sinto em seu peito uma dor Pra tentar esquecer Das angustias do passado Daquele rosto marcado Faz meu corpo enfraquecer Mas algo Dentro de mim é mais forte Me conduz além da morte E guia meu coração Sinto em meu peito A força da capoeira Essa arte brasileira Luta de libertação Por isso Quando eu toco um berimbau Sinto arrepiar a alma Sinto a mente mais calma Minha dor se vai então Sinto arrepiar a alma Sinto a mente mais calma Minha dor se vai então Camarada...
Ê viva meu Deus
Totonho maré (Esquilo)
Ê maré O ô maré
Ê maré O ô maré
Totonho de maré é Capoeira Totonho de maré é da Bahia Ê maré O ô maré
Quando você for a Bahia Pra buscar o seu axé Lembre de Mestre Bimba E de Totonho da maré Ê maré O ô maré
Nas rodas ddo cais do porto Ele mostrava o seu valor Era um grande capoeira E também estivador Ê maré O ô maré
Revirando as lembranças As memórias do passado Recordei um capoeira Que poucos estão lembrados Ê maré O ô maré
Por que será? (Boa Voz)
Por que será, por que será? Que hoje o negro não veio trabalhar
Por que será, por que será? Que hoje o negro não veio trabalhar
Já correu noticia Houve morte em Palmares Morreu um negro chamado Gangazumba Já correu noticia Houve morte em Palmares Mataram um negro chamado Gangazumba Por que será
Naquele tempo não existia a princesa Não havia pão na mesa Só tinha o canavial Era o suor, era o sangue derramado Era o trabalho do negro Dia e noite sem parar Por que será
E hoje em dia Depois do canavial Tem relógio de ponto Que não para de marcar E se o negro tá doente E não consegue chegar Seu patrão ou sinhozinho Continua a perguntar Por que será
Vivência (Mestre Camisa)
A mulher de língua grande A mulher da língua grande E galo que não tem espora Um fala da vida alheia O outro canta fora de hora Galo velho quando canta Avisa que está na hora Tropeiro que acorda tarde Pega o burro na espora Caçador quando se perde É coisa do caipora O cabra do sangue quente Pra briga não escolhe hora Quando vê a coisa feia Na hora não se apavora Quem sabe pega com jeito Quem não sabe pega na tora Vivo aprendendo nessa vida O mundo é minha escola Camaradinha...
Eu queria morar na Bahia (Amâncio)
Eu queria morar na Bahia Eu queria ir pra São Salvador
Eu queria morar na Bahia Eu queria ir pra São Salvador
Ô Bahia terra de mandinga e Candoblé Água de côco, cocada baiana e acarajé ô Bahia
Eu queria morar na Bahia Eu queria ir pra São Salvador Eu queria morar na Bahia Eu queria ir pra São Salvador
Caravelas, Boipeba, Itacaré e Corumbau Mercado modelo, rodas de Capoeira e berimbau, ô Bahia
Amaralina, Pelourinho e Abaeté Jogo ligeiro nesta arte de bater com o pé ô Bahia
Mestre Bimba, Pastinha, Besouro e Aberrê Cobrinha Verde, João Grande, João Pequeno e Mucungê ô Bahia
Meu gunga (Boa Voz)
Eu já vi cantar de tudo Nas rodas de capoeira Louvação pros velhos Mestres E até pra quem morreu Do pandeiro e do atabaque Do ganzá e do agogô Eu só não vim falar do dia em Que meu gunga quebrou
Cadê meu gunga que você me prometeu
O Iaiá cadê meu gunga que você me prometeu
Tem sempre um cabra na Roda Que é pra tomar conta disso Troca arame, curva verga De beriba ou de caniço Gunga veio do Kikongo Me disseram um um tempo atrás Dizem que é pessoa velha Pra mim o meu gunga é muito mais
Pode ter bom mandigueiro Cantador no meu terreiro Pouco importa camarada Meu gunga fala primeiro Mais bonito do que a iúna E o canto do sabiá Me perdoa Deus do Céu É o meu gunga a tocar
Um menino (Cobra)
História da capoeira Você já ouviu contar Mas existem aquelas Que você exita em acreditar Eu lhe digo que lá da Bahia Saiu um menino sem nada levar Chegando aos pés do Redentor Mostrou como o mestre soube lhe ensinar O vento bateu no peito O rio faz seu leito descendo pro mar Foi visto como um vagabundo Hoje corre o mundo com seu abadá Não esperemos sua morte Pra numa cantiga lhe homenagear Pois visto que seu corpo durma Jamais sua luz deixará de brilhar
Auê mandingueiro É seu amigo quem lhe avisa
Auê mandingueiro Vida longa pra Camisa
Auê mandingueiro É seu amigo quem lhe avisa
Auê mandingueiro Essa cantiga é pra Mestre Camisa...
Me leva pra Bahia (Duende)
Ê me leva na Bahia Ê leva na Bahia
Ê me leva na Bahia Ê leva na Bahia
Vou conhecer a Fazenda Estiva Na terra de Jacobina O meu mestre veio de lá Olha eu vou na Bahia
Côco mironga Na Bahia chama dendê Dá o tempero no caruru E também no vatapá Olha eu vou na Bahia
A casa de pedra Que foi cativeiro de escravo Onde o navio negreiro Chegava a beira do mar Olha eu vou na Bahia
Lá tem macumba No pé do iroco velho Na casa de Pai Xangô O axé Opô Afonjá Olha eu vou na Bahia
Minha Bahia Berço da cultura brasileira É terra do Mestre Bimba E também da capoeira Olha eu vou na Bahia
Lição de capoeira (Mestre Camisa e Esquilo)
Neste mundo de meu Deus Neste mundo de meu Deus Só vejo ingratidão Amigo traindo amigo Que um dia lhe estendeu a mão Mas o mundo dá muitas voltas e das voltas vem a lição E hoje quem está por cima Amanhã, pode estar no chão Oi sacode a poeira Levanta do chão Oi jogue capoeira Conforme a razão
Oi sacode a poeira Levanta do chão Oi jogue capoeira Conforme a razão
A vida tem dessas coisa Que magoa o coração Da maldade de um falso amigo Eu fiz essa canção Oi sacode a poeira Levanta do chão Oi jogue capoeira Conforme a razão
Vou tornar a te dizer Pois não guardo ingratidão Se um dia você precisar Ainda te dou a mão Oi sacode a poeira Levanta do chão Oi jogue capoeira Conforme a razão
Menino da Pero Vaz (Boa Voz)
Eu mandei Um recado lá pro céu Eu mandei Um recado lá pro céu Pedindo pra Nosso Senhor Que olhasse ao chegar Que recebesse com glória Nosso Mestre Waldemar A roda deve estar pronta Pra quando ele chegar Dê lhe um berimbau vozeiro E por favor, deixe-o cantar Diga lá menino velho Como lá na Pero Vaz Na Bahia de outrora Dos seus tempos de rapaz Lá se foi Pastinha e Bimba E Besouro Mangangá Deus achou que era tempo De levar seu Waldemar Atenção capoeiristas Não é hora pra chorar Feche os olhos e imaginem A roda vai começar, Camará
Jogo da Bassúla (Cascão)
Lá na ilha de Luanda Lá na ilha de Luanda Pescador já vem do mar Vem trazendo bom pescado Graças a velha Kianda Nossa Rainha do Mar
No jogo da Bassúla Negro vai te derrubar
Cuidado menino pescador já vem do mar
No jogo da Bassúla Negro vai te derrubar
Pescador tem tradição para seu filho ensinar
Vem trazendo bom pescado Para um mufete preparar
No tronco do imbondeiro faz se casa pra morar
No jogo da capoeira A Bassúla eu vou botar
Iemanjá velha Kianda Nossa Rainha do Mar
Eu vou (Amâncio)
Hoje eu vou, Vou jogar capoeira, eu vou Hoje eu vou, Vou jogar capoeira, eu vou
Eu vou, vou jogar capoeira Eu vou tocar meu berimbau
Eu vou, vou jogar capoeira Eu vou tocar meu berimbau
Este jogo que é mandinga e é malícia É luta, que também é mortal Mas eu vou
Angola e a Cavalaria Iúna, São Bento Regional Mas eu vou
Eu vou dançar ao som de um Instrumento todo feito de arame e de pau Mas eu vou
Eu já rodei o mundo inteiro Mas nunca vi nada assim igual Mas eu vou
Rabo de arraia, meia lua, martelo e rolê Faca de ponta, navalha cortando é pra valer Mas eu vou
A roda vai começar (Brucutu)
Subiu ao céu Zumbi Aberrê e Paraná Também subiu Mestre Bimba e Besouro Mangangá Lá no céu tem capoeira Uma estrela me falou Quando ronca a trovoada É que a roda começou Joga Besouro, Zumbi Mestre Bimba e Paraná a roda estava animada Todo mundo a espiar Mas Pastinha aqui na terra Estava cego a lamentar Levantou a mão e disse: Ah meu Deus! Eu também quero jogar Subiu aos céus Pastinha Começou a trovejar No céu um clarão mais forte o iaiá a roda vai começar camarada...
Planalto Central (Juazeiro)
No Centro Oeste já tem capoeira O Mestre Bimba foi lá e ensinou Aquela gente a passar rasteira Dar cabeçada, martelo voador
No planalto central No planalto central Foi lá mestre Bimba Ensinar a regional
No planalto central No planalto central
Foi lá Mestre Bimba Ensinar a regional
O Mestre Bimba foi um grande gênio Foi o criador do estilo regional É uma verdadeira pedra preciosa Que hoje brilha no Brasil Central
Eu tive um sonho que eu vi capoeira Nas praias lindas de meu Araguaia jaguarité plantava bananeira Corimatã dando rabo de arraia
O boi guanú é uma fera selvagem Que corre livre pelo cerradão Tem lobo Guará e tem gato do mato A famosa andira que é um morcegão
Na minha terra têm grandes chapadas Rios cristalinos, lindos pantanais. E a capoeira rompeu a fronteira E já chegou lá no Paraguai
Até nas aldeias capoeira cresce Os índios Xavantes gostaram demais E agora aqui nossa gente agradece A Mestre Bimba que veio pra Goiás
Faca de Ponta (Esquilo)
Faca de ponta quer lhe furar Cuidado moço que o nego quer lhe pegar
Faca de ponta quer lhe furar Cuidado moço que o nego quer lhe pegar
Esse nego mandingueiro Ta lhe armando uma emboscada Espera você passar Sozinho pela estrada Escondido numa moita Com sua faca amolada
No toque do berimbau O jogo é a lei do cão O negro levou rasteira Na roda caiu no chão Agora jura vingança Com sua faca na mão
Berimbau tocou São Bento Hoje o jogo é pra valer Se você não der no negro O negro dá em você
Mas você é capoeira E tem que usar mandinga No molejo da esquiva Pra que a faca não te atinja
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