Abada-Capoeira DC

Brazilian Arts Center


 

 

Renovação (Mestrando Charm)

 

Nos terreiros cativeiros

Terreiros cativeiros

O negro era sofredor,

Lutou com muita vontade

A capoeira ele encontrou.

(Lutou com muita vontade

 A capoeira ele encontrou.)

Foi nos tempos da mandinga

Malandragem e escravidão

(Nos tempos da mandinga

 Malandragem e escravidão)

Ao som dos atabaques

Sangrava meu coração

Nos deixou sua cultura

(Nos deixou sua cultura)

O banzo e a solidão

Agradeça a Mestre Bimba

Que a regional criou

(Agradeça a Mestre Bimba

 Que a regional criou)

Olha a luta que veio do Batuque

No mundo se espalhou

(Luta que veio do Batuque

 No mundo se espalhou)

Começou pela Bahia

Em Goiás ele parou

Ele nasceu na Bahia

Lá em Goiás ele parou

Mas a luta ai não para

Mestre Camisa chegou

(A luta ai não para

 Mestre Camisa chegou)

Branco em forma de negro

A capoeira renovou

Camará...

Ê viva meu Deus

 

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Leva eu para Angola (Cabuenha)

 

Leve eu pra Angola ê ê

Leva eu pra Angola ê a

Pra saber dos fundamentos

Entender capoeira

 

     Leve eu pra Angola ê ê

     Leva eu pra Angola ê a

     Pra saber dos fundamentos

     Entender capoeira

 

Angola do Imbundeiro

Da manha do mandingueiro

Pra entender a capoeira

Você tem que ir lá primeiro

 

Lá nasceu o berimbau

Quem comanda agora é o Gunga

Em Luanda chamam Ungo

Em benguela é Mburunbumba

 

Pra entender a capoeira

E as lutas que tem lá

No N’ golo e na Bassúla

O nego faz derrubar

 

Terra que tem energia

Você sente a emoção

A cultura do meu povo

Carrego no coração

 

Foi passando por Luanda

Eu pude presenciar

As histórias de Muxima

E a energia do lugar

 

(Santa Maria na Bahia

 Cupela na capital

 Hoje em dia virou jogo

 No toque do Berimbau)

 

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Sinhá mandou chamar (Macaco Preto)

 

Sinhá mandou chamar

Sinhá mandou dizer

Que se o nego não vim vai apanhar

Mas nego não quer saber

 

     Sinhá mandou chamar

     Sinhá mandou dizer

     Que se o nego não vim vai apanhar

     Mas nego não quer saber

 

Nego não quer saber

Se vai pro tronco de madeira

Pois o nego esquece tudo

Quando está na Capoeira

 

Antigamente

era assim que acontecia

Se o nego não obedecesse

Tinha o Capitão que prendia

Pra bater na covardia

 

Hoje em dia é diferente

Com a Abolição da Escravatura

E a corda que amarrou o nego

Hoje eu trago na cintura

 

A dor era tanta

Que feria o coração

Pois sabia que apanhava

O castigo quem dava era um irmão

 

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Eu vim de Luanda (Mestre Camisa e Macaco preto)

 

Eu vim de Luanda ê

Ê Luanda

 

     Eu vim de Luanda ê

     Ê Luanda

 

Fui trazido de navio

Vi o meu irmão morrer

No açoite do chicote

Apanhava até morrer

Eu vim

 

O um pai disse meu filho

Fuja para não morrer

Ô meu pai não fujo não

A batalha eu vou vencer

Eu vim

 

Nossa arte Brasileira

Descendentes da cultura

De origens Africana

Do N’golo

Camangula e Bassúla

Eu vim

 

Africano no Brasil

Com o índio Guarani

E o branco estrangeiro

Formou o povo brasileiro

Eu vim

 

Criaram uma raça mestiça

Conhecida no mundo inteiro

Boa de bola e de ginga

E também hospitaleiro

Eu vim

 

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No Balanço do Mar (Esquilo)

 

No balanço do mar ioiô

No balanço do mar iaiá

No balanço do mar ê ê

No balanço do mar

 

     No balanço do mar ioiô

     No balanço do mar iaiá

     No balanço do mar ê ê

     No balanço do mar

 

Lá vem o navio negreiro

Trazendo africanos de lá

E aqui em solo brasilero

Escravos iam se tornar

 

No porto eram vendido

Para o senhor da fazenda

Pra plantar e cortar cana

E tabalhar na moênda

 

Mas o negro era valente

E tinha alma guerreira

Fugia do cativeiro

Pro meio da capoeira

 

Vou me embrenhar na mata

As correntes arrebentar

Eu vou voltar pra minha terra

Eu vou no balanço do mar

 

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Corda de Valor (Mestre Camisa e Macaco Preto)

 

Escute aqui

seu jogador

A sua corda é de valor

 

     Escute aqui

     seu jogador

     A sua corda é de valor

 

Corda crua é uma criança

Aprendendo a engatinhar

Se tiver perseverança

Capoeira vai jogar

 

Corda amarela é ouro

Aprendizagem de valor

Laranja é sol nascente

Que desperta um sonhador

 

Corda azul é correnteza

Da imensidão do mar

Corda verde é a floresta

Alicerce da Abadá

 

Corda roxa tem mistérios

Só o tempo vai revelar

Marrom é o Camaleão

Que preserva a Abadá

 

Corda vermelha é rubi

E a justiça vai jurar

Corda barnca é o diamante

Que reflete a Abadá

 

E ao passar do tempo

Vai sofrer transformação

Preservando a sua essência

Como o camaleão

 

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Eu tava na Bahia (Esquilo)

 

Eu tava lá na Bahia

 

     Ê Bahia

 

Quando o berimbau tocou

 

     Ê Bahia

 

Lá no alto da ladeira

 

     Ê Bahia

 

Capoeira me chamou

 

     Ê Bahia

 

Menino vem aprender a jogar

 

     Capoeira

 

Menino vem aprender a jogar

 

     Capoeira

 

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Na vida tudo acontece (Sabiá)

 

Na vida tudo acontece

Na vida tudo acontece

Olha o que aconteceu

João teve ouro, teve gado

Hoje ele é um empregado

Na fazenda que era sua

Hoje ele toca o gado

Já teve várias mulheres

Vários carros importados

(Já teve várias mulheres

 Vários carros importados)

Hoje tem uma carroça

E um cavalo empacado

Uma casa com goteira

Sobre a luz do lampião

Bebida e mulher

Foi a sua perdição

(Bebida e mulher

 Foi a sua perdição)

Hoje não tem mais dinheiro

A mulher lhe abandonou

(Hoje não tem mais dinheiro

 A mulher lhe abandonou)

Hoje vive pelo mundo

Desprezado sem valor

Camará...

 

Ê viva meu Deus

 

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Ê Luanda (Tucano Preto)

 

Ê Luanda

Ê Luandê

ê Luanda aê

 

     Ê Luanda

     Ê Luandê

 

Luta de pescador

É chamada Bassúla

Luta de mão aberta

É chamada Cambangula

ê Luanda

ê Luandê

 

Berimbau na capoeira

Lá é chamado de Ungo

Ou Urugungo

Que é sua maneira de dizer

ê Luanda

ê Luandê

 

Lá se fala Kimbundo

Lá se fala Kigongo

Os Angolanos

Cantam e falam em português

ê Luanda

ê Luandê

 

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Lamento da Bahia (Pelezinho)

 

A Bahia chorou

A Bahia chorou

A Bahia chorou chorou

A Bahia chorou

 

     A Bahia chorou

     A Bahia chorou

     A Bahia chorou chorou

     A Bahia chorou

 

Foi se embora Mestre Bimba

Que a Regional criou

Mas deixou a capoeira

Nossa arte de valor

A Bahia chorou

 

Na roda dos velhos Mestres

Só se ouvia um lamento

Foi se embora seu Pastinha

Foi morar no firmamento

A Bahia chorou

 

Berimbau tava tão triste

Eu não sabia o porquê

Percebi que era saudade

Do saudoso Aberrê

A Bahia chorou

 

Na roda do cáis do porto

Berimbau silenciou

Foi se embora Waldemar

O maior dos 'cantador'

A Bahia chorou

 

A Bahia sente a falta

Mas devia recordar

De Traíra, Canjiquinha

E Besouro Mangangá

A Bahia chorou

 

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Planta cana (Esquilo)

 

Planta cana

 

     Canavieiro

 

Pra depois cortar

 

     Canavieiro

 

Pra não ir pro tronco

 

     Canavieiro

 

Tem que trabalhar

 

     Canavieiro

 

No velho engenho da moenda

A cana vai virar melado

A custa do suor do negro

A custa do trabalho escravo

 

A cana adoça

a boca do feitor

Enquanto o negro escravizado

Prova o gosto da dor

 

Dentro do canavial

Negro plantava pra colher

E no tempo da colheita

Dançava o maculelê

 

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Roda do Barracão (Macaco Preto)

 

Vinha de Ilha de Maré

Pelas praias da Ribeira

Pescador Estivador

Para as rodas de capoeira

 

     Vinha de Ilha de Maré

     Pelas praias da Ribeira

     Pescador Estivador

     Para as rodas de capoeira

 

Seu andar malandriado

No corpo sua proteção

No chapéu uma navalha

E a estrela de Salomão

 

Passado de tradição

Uma vida traiçoeira

De ofício artesão

Da arte capoeira

 

No peito um sentimento

Saudade do ancestral

Na garganta um lamento

No toque do berimbau

 

Era Traíra, Najé

Onça Preta, e Cabelo Bom

Bráulio, Bugalho e

Seu Waldemar da Paixão

 

Domingo dia de festa

Malandragem vadiação

Alegria e camaradagem

Na roda do Barracão

 

Seu nome será lembrado

Morreu não está mais aqui

Nas pinturas de Caribé

Nas fotos do Fatumbi

 

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Dendê Maré (Pelezinho)

 

Ô dendê dendê maré

Ô dendê dendê maré

 

     Ô dendê dendê maré

     Ô dendê dendê maré

 

Pescador já vai pro mar

Foi de encontro com a maré

Procurando o peixe bom

Conforme a baiana quer

 

     Ô dendê dendê maré

     Ô dendê dendê maré

     Ô dendê dendê maré

     Ô dendê dendê maré

 

Baiana prepare o peixe

Pescador trouxe do mar

Põe tempero na moqueca

Dendê não pode faltar

 

Totonho de maré

Foi um grande jogador

A onda balança o barco

Como Totonho balançou

 

Puxa puxa leva leva

Puxa a rede do mar

Se for um bom pescador

Peixe bom não vai faltar

 

É noite de lua cheia

Pescador volta do mar

Vai ter festa na aldeia

Capoeira vai jogar

 

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Na Maré mansa (Esquilo e Bobô)

 

Na maré mansa já sei remar

Na maré brava meu barco

Não vai virar

 

     Na maré mansa já sei remar

     Na maré brava meu barco

     Não vai virar

 

Eu já remo há muito tempo

E sei que não é atoa

Nem a chuva nem o vento

Vão virar minha canoa

na maré mansa

 

Não me iludo com a lua

Nem com o canto de sereia

Sou filho de jangadeiro

Pescador sou capoeira

na maré mansa

 

Pode cair tempestade

Pode vir tempo ruim

Que a vida de um capoeira

Eu já sei que é mesmo assim

na maré mansa

 

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Viva Bimba (Macaco Preto e Tarubi)

 

Viva Bimba êê

Viva Bimba êa

 

     Viva Bimba êê

     Viva Bimba êa

 

Lutador renomado

Hoje não tem igual

Jogador na Angola

Mestre na Regional

Viva Bimba êê

 

     Viva Bimba êê

     Viva Bimba êa

     Viva Bimba êê

     Viva Bimba êa

 

Defendeu a sua arte

Combatendo no ringue

Adotou a Salomão

Pois a faca não atinge

Viva Bimba êê

 

No Engenho de Brotas

Nordeste de Amaralina

E na Roça do Lobo

Bimba viveu sua sina

Viva Bimba êê

 

Manoel foi para o céu

Bimba ficou na história

Onde o Birimbau toca

Reinará a sua glória

Viva Bimba êê

 

Fez da Santa Maria

O Hino da Regional

E do toque de Iúna

O seu adeus final

Viva Bimba êê

 

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