Toda Bahia
chorou (Raio/ Boa Voz)
Toda Bahia chorou
Toda Bahia chorou
No dia em que a capoeira Angola
Perdeu seu protetor
Mestre Pastinha foi embora
Oxalá quem o levou
Lá pras terras de Aruanda
Mas ninguém se conformou
Chorou general, menino
Chorou mocinha, doutor
Pretas velhas, feiticeiros
Ogãs e Babalaôs
Berimbau tocou iúna
Um toque triste de morte
E a capoeira foi jogada
Ao som da triste canção
Na
boca do mandingueiro
E dentro do coração
E não houve na Bahia
Quem não cantasse esse refrão
Iê vai lá menino
Mostra o que o mestre ensinou
Mostra que arrancaram a planta
Mas a semente brotou
E se for bem cultivada
Dará bom fruto e bela flor
Iê vai lá menino
Mostra o que o mestre ensinou
Mostra que arrancaram a planta
Mas a semente brotou
E se for bem cultivada
Dará bom fruto e bela flor
Ai ai aidê
Olha joga
menino que eu quero aprender
Ai ai aidê
Esse jogo é de
angola e eu vim pra te ver
Olha jogo manhoso
que eu quero aprender
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Maria Bonita (Fala Mansa)
Ê canaviá, ê canavieiro
Olha canaviá
Ê canaviá, ê canavieiro
Ê canaviá, canavieiro, canavieiro,
corta cana, corta cana
Ê canaviá, canavieiro, canavieiro,
corta cana, corta cana
Era escravos africanos,
trazidos de navio
Mas escravo atual
é de todo canto do Brasil
O escravo do passado
trabalhava até morrer
E o escravo de hoje em dia,
peleja pra sobreviver
Deixou família,
deixou saudade
se vai voltar
é só mesmo Deus quem sabe
Que vida é essa,
não pode ser uma sina
Sofrer no canavial
e enricando a usina
Faça chuva ou faça sol,
não tem hora pra parar
Se a morena do cabelo verde,
Maria Bonita tem que cortar
Que colheita amarga,
caiana não tem sabor
Se pensar que teve fim
a escravidão não acabou
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Axé da Bahia (Esquilo e Bobô)
Bahia manda seu axé prá mim
Bahia manda seu axé prá mim
Ê Bahia me manda esse axé
Bahia manda seu axé prá mim
Bahia manda seu axé prá mim
Dos velhos Mestres
Que viveram na Bahia
Manda pra mim o seu axé
E também sua magia
Ê Bahia me manda esse axé
Mande a magia
Dos toques do berimbau
E também toda malícia
Da capoeira regional
Ê Bahia me manda esse axé
De Santo Amaro
Me mande o maculelê
Me mande o sabor do cacau
E do azeite de dendê
Ê Bahia me manda esse axé
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Negro de Angola (Perninha)
No navio em
que cheguei
Veio um negro
de Angola
Veio um negro
de Angola
Veio um negro
de Angola
No navio em
que cheguei...
Veio um negro de Angola
Veio um negro de Angola
Veio um negro de Angola
Na águas do rio
Kwanza
Remava em seu
pesqueiro
Mas acabou cativo
Dentro do navio
negreiro
No navio em
que cheguei...
Contou histórias de
Kayama
E da princesa
Benguela
Que ouvia ainda
menino
Vivendo na Catumbela
No navio em
que cheguei...
E disse que em sua
terra
Todo povo é
guerreiro
E a noite faz abrigo
Nos troncos do
imbondeiro
No navio em
que cheguei...
Na mesma praia que
um dia
A bassula foi lutar
E jogado num navio
Foi levado pra além-mar
No navio em
que cheguei...
Aprendeu a capoeira
Quando chegou no
Brasil
Junto com os outros
escravos
Para o quilombo
fugiu
No navio em
que cheguei...
Hoje conta pros mais
novos
A história de sua
vida
Que a cultura de seu
povo
Jamais seja
esquecida
No navio em
que cheguei...
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Dono das
estrelas (Esquilo)
Vou lá pra beira do mar
Berimbau tocou
Chamou pra jogar
Eu vou...
Vou lá pra beira do mar
Berimbau tocou
Chamou pra jogar
Berimbau por que me chama
(Berimbau por que me chama)
Por que mandou me chamar
Quando escuto o seu chamado
Eu vou pra qualquer lugar
Eu vou...
Berimbau tocou na roda
(Berimbau tocou na roda)
Fez meu corpo arrepiar
Só quem joga capoeira
Sabe a vontade que dá
Eu vou...
Ai meu Deus se eu pudesse
Ser dono das Três Marias
Dava uma a Mestre Bimba
E outra pra Mestre Pastinha
E a estrela que sobrasse
Eu guardava pra ser minha
Eu vou...
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Chama Seu
Bimba (Farinha)
Chama Seu Bimba ê
Chama Seu Bimba
Vai lá e chama ê
Chama Seu Bimba ê
Chama Seu Bimba
Chama Seu Bimba
Junto com seu Berimbau
Para ensinar seqüência
Do toque da Regional
Vai lá e
chama ê
Chama Seu Bimba
E também chama Gigante
Que é pra tocar a Benguela
Ou então São Bento Grande
Vai lá e chama ê
Chama Seu Bimba
E também chama Camisa
E o gunga então avisa
Já é hora de começar
Vai lá e chama ê
Chama Seu Bimba
Vem em forma de energia
Trazendo sua magia
Para a roda abençoar
Vai lá e chama ê
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É de manhã,
mainha vou vadiar (Esquilo)
É de manhã,
mainha vou vadiar
Mainha vou
vadiar, mainha vou vadiar
É de manhã, mainha vou vadiar
Mainha vou vadiar, mainha vou vadiar
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Lá na Bahia
côco de dendê (Esquilo)
Lá na Bahia
côco de dendê
Lá na Bahia
côco de dendê
Lá na Bahia côco de dendê
Lá na Bahia côco de dendê
Pega devagar
Com dendê
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Inaê (Boa Voz)
Negro velho
mandingueiro, sentado ao velho portão
Pedia pra
Inaê, consolar seu coração
Existiu velha
demanda entre Bantus e Nagôs
Disputando
Inaê como seu dono e senhor
Ela lhe disse
menino, não faz muito tempo não
Essa briga
era dos Deuses, não era do homem não
Tocando seu
berimbau e sem muito entender
Ele pôs-se a
cantar o que ela mandou dizer
Inaê, Inaê, Inaê
ainda é Nagô
Inaê, Inaê
Inaê ainda é Bantu
Ela não tem dono não
Ela é de preto e
branco
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Tristeza de
Aidê (Caxias)
Aidê, Salomão
mandou chamar
Salomão
mandou chamar, você, Aidê
Ô Aidê...
Aidê, Salomão mandou chamar
Salomão mandou chamar, você, Aidê
Salomão está no cais
Por ordem do seu
general
Ele que sempre foi
de luta
Vai pra batalha
liberal
Ô Aidê...
Torpedeira Piauí
Vai partir para o
Ceará
A tristeza de Aidê
É não saber se ele
vai voltar
Ô Aidê...
Lá no céu vai quem
merece
Assim diz a ladainha
Não se preocupe Aidê
Você não vai ficar
sozinha
Ô Aidê...
Maria do Camboatá
Vem pra cuidar de
você
É que eu tenho que
lutar
Na batalha de
Camugerê
Ô Aidê...
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Maré Brava
(Fala Mansa)
Ê Marinheiro
Aguenta a maré
Maré vai passar
E só você ter fé
Ô marinheiro...
Ê Marinheiro
Aguenta a maré
Maré vai passar
E só você ter fé
A maré só derruba
Quem não acredita
Quem fala e não faz
Quem não luta por conquistas
Ô marinheiro...
E nesta correnteza
Eu sou mais você
É seu dia a dia
Que vai fazer vencer a maré
Ô marinheiro...
Passando a maré brava
É que nos ensina
É o que nos fortalece
A dar volta por cima
Ô marinheiro...
Garoa não é tempestade
Este é o seu mar
Não é qualquer garoa
Que vai lhe derrubar
Ô marinheiro...
Lambari de água doce
Se afoga no mar
Então marinheiro
A maré vai passar
Ô marinheiro...
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Meu mundo (Fala
Mansa)
Lelelelelele
Deixa o
berimbau te levar
Lelelelelele
Pro mundo da
capoeira
Ioio iaia
Ioioo Iaia
Lelelelelele
Deixa o berimbau te levar
Lelelelelele
Pro mundo da capoeira
Ioio iaia
Ioioo Iaia
Vem comigo nos
versos
Viajar nas cantigas
Conhecer o meu mundo
Conhecer minha vida
Meu Mestre está na
roda
O jogo é de Benguela
Isso é capoeira
Nossa arte tão bela
Berimbau vai tocando
Cantador manda o
aviso
Nas cantigas
mensagens
Ou então no
improviso
Cada um com sua reza
Cada um com sua
crença
O que vale é a
amizade
Esqueça as
diferenças
E pro bom capoeira
Com os seus
fundamentos
Nunca deixe o
orgulho
vencer o
conhecimento
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Chora viola ê (Pelezinho)
Chora viola ê
Chora viola
Chora viola ê
Lalaê lalaêla
Chora viola ê
Chora viola
Chora viola ê
Lalaê lalaêla
Mestre Bimba esta no céu
Berimbau faz saudação
Seu Camisa tá na terra
Fazendo evolução
O choro de uma viola
Lamento de um
cantador
Seu Waldemar foi-se
embora
Faz tempo que nos
deixou
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Ê Idalina (Esquilo)
Ê Idalina, ê
Idalina
Vem jogar
capoeira
Idalina, ina
Vem mostrar seu
gingado
Vem tocar berimbau
Mostrar sua malícia
Idalina vem pra roda
Vem mostrar o seu
gingado
O toque do berimbau
Que ele quem fez o
chamado
Seu tabuleiro na
praça
Todo mundo já
conhece
Quem te viu jogar na
roda
Eu sei que nunca se
esquece
Também chame
Catarina
Que é pra te
acompanhar
Idalina não se
esqueças
Todos querem ver
jogar
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O sentimento
da capoeira (Maestrinha)
Abaixo ao pé
do berimbau
E peço minha
proteção
Peço licença
na roda
Aperto a mão
de meu irmão
O toque vem com
sentimento
Levado com emoção
mensagem da ladainha
Cantado com o
coração
Na roda de capoeira
Incorporo a louvação
Sinto que estou
escutando
Um choro de
lamentação
Noite escura no
cativeiro
Parece que eu estou
lá
Sinto o banzo desse
povo
Faz meu corpo
arrepiar
Eu olho para o meu
Mestre
Ao qual devo
gratidão
Fundamento e
ensinamento
Trabalho e dedicação,
camaradinha
Ê viva meu Deus
Ê viva meu Mestre
Ê quem me ensinou
Ê a capoeira
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Toque de
guerra (Feijão)
Me chama, me
leva
Berimbau no
toque de guerra
Oi me chama,
me leva...
Me chama, me leva
Berimbau no toque de guerra
Era dia comum
O feitor me chamou
Para defender
As
terras do senhor
Oi me chama,
me leva...
Lutou, defendeu
Com fé e
coragem
As terras de quem
Lhe tratou com
maldade
Oi me chama,
me leva...
Negro quis entender
O que estava
acontecendo
Era guerra de branco
E tinha negro
morrendo
Oi me chama,
me leva...
Negro no tronco
Foi
libertado
Pra guerra de branco
Negro virou soldado
Oi me chama,
me leva...
As lágrimas
Que molham as
medalhas
No peito do negro
Que venceu a batalha
Oi me chama,
me leva...
Nunca aconteceu
Na história de
escravo
Aonde o feitor
Ao negro ficou bem grato
Oi me chama,
me leva...
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Orgulho (Perninha)
Berimbau chamou
Chamou pra roda
Tocou
Venha jogar
Berimbau
chamou...
Berimbau chamou
Chamou pra roda
Tocou
Venha jogar
Berimbau chamou pra roda
Cheio de malícia e manha
A garganta seca arranha
O jogo vai começar
Berimbau
chamou...
Entra de corpo fechado
Reza e pede proteção
Faz um jogo mandingado
Carregado de emoção
Berimbau
chamou...
De repente a surpresa
Um golpe o leva ao chão
E novamente de pé
Volta a jogar então
Berimbau
chamou...
Se o orgulho lhe impedisse
De enxergar o que perdeu
Esse tombo doeria
Muito mais do que doeu
Berimbau
chamou...
Se você cair na vida
Não deve se envergonhar
Pois só quem caiu um dia
Aprendeu a levantar
Berimbau
chamou...
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Onde tiver
dendê (Fala Mansa)
Sou capoeira
ê, sou capoeira a
Onde tiver
dendê, sou capoeira
Ah eu sou...
Sou capoeira ê, sou capoeira a
Onde tiver dendê, sou capoeira
Ouço o berimbau
tocar
E o cantador dizer
Só que é capoeira
Sente o corpo
estremecer
Eu sou...
Treina com o coração
Joga com sentimento
Seja bom capoeira
Respeite o
fundamento
Eu sou...
Jogar o jogo da vida
Sei que não é
brincadeira
Pode estar tudo bem
Como pode vir uma
rasteira
Eu sou...
Aprenda a levantar
Dê a volta por cima
Mostre que a
capoeira
Ela é sua sina
Eu sou...
Vejo o tempo passar
Você não desenvolver
O problema é a capoeira
Ou será que é você
Eu sou...
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Tudo na vida
tem seu momento (Malhado)
Espera maré
baixar
Espera maré
descer
Desce dendê
maré
Desce maré
dendê
Espera maré baixar
Espera maré descer
Desce dendê maré
Desce maré dendê
Se a maré não tá
pra peixe
Não é pra tu que
vai estar
Se o jogo é pra
graduado
Aluno novo vai ter
que esperar
Na vida tem seu
momento
Sua hora tem seu lugar
Às vezes maré de
sorte
Às vezes maré de
azar
Mas vale esforço na
vida
Até mesmo na hora de
errar
Quem não tenta, é
verdade, não erra
Mas ganha que erra
tentando acertar
Todo sofrimento tem
sua recompensa
Toda luta o momento
de glória
E no fim da
tempestade
A maré vai baixar e
surgir a vitória
A vida do capoeira
tem que esperar a
maré baixar
Deixe o tempo te
amadurecer
E o conhecimento
chegar
A força do
pensamento
Vai em busca de
conhecimento
Só quem tem boas
raízes
Poderá passar um bom
ensinamento
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Seu Bimba
mandou jogar
Seu Bimba
mandou jogar
São Bento da
Regional
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Mulher na
capoeira (Cafeína)
Vem mulher
Vem pra roda
vem jogar
Vem mulher
Que a roda
vai começar
Vem mulher
Vem pra roda vem jogar
Vem mulher
Que a roda vai começar
Antigamente
Mulher só
acompanhava
Ajudava com a palma
E também com o
coração
Atualmente
Ela tem voz na
capoeira
Não é mais o sexo
frágil
É valente e
mandingueira
Mulher guerreira
Ela joga, toca e
canta
Capoeira não
abandona
Nem na hora da
gestação
Joga rasteiro
E também joga
ligeiro
A mulher capoeirista
Joga no mundo
inteiro
início / top
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